Três delegados envolvidos nas investigações do assassinato do empresário e militar do Exército Brasileiro, Lucas Ramom Guimarães, cometido no mês de setembro, foram afastados dos cargos exercidos dentro da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) , nessa quarta-feira (21).
Os delegados são: Charles Araújo, Marna de Miranda e Marília Campelo, titular e adjuntos, respectivamente da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) foram afastados dos respectivos cargos na delegacia, nesta quinta-feira (21).
Os três cuidavam das investigações do “Caso Vitória”, que envolve o casal de empresários, donos da rede de Supermercados Vitória, no caso Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo, suspeitos de terem participação direta com o crime.
Em nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que as substituições são normais dentro dos departamentos e delegacias regidas pela instituição, como medidas administrativas que podem ser adotadas pelo gestor. Já os nomes dos delegados substitutos, a PC disse que só serão informados na próxima semana.
O Sindicato dos Funcionários da Policia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol) se manifestou por meio de nota afirmando estranheza, pois os afastamentos, segundo eles, teriam sido feitos de forma repentina e sem comunicado prévia. Eles enfatizam o fato do afastamento acontecer logo na sequencia da decisão judicial da última quarta-feira (20), prorrogando a prisão dos empresários Joabson e Jordana, donos do supermercado Vitória.
Leia a nota na íntegra:
“O SINPOL recebeu com estranheza a notícia relativa à retirada repentina, sumária e imotivada dos Delegados da DEHS após curiosamente terem conseguido a decisão judicial que prorrogou a prisão de dois empresários muito ricos de uma rede de Supermercado do Amazonas.
Todas as estatísticas revelaram que nunca a DEHS havia contabilizado tantas prisões, apesar de ser do nosso conhecimento que aquela Especializada estava sendo minada por atos que minoravam, cada vez mais, a atuação investigativa dos agentes que ali atuam. Com efeito, o fechamento do plantão da Delegacia de Homicídios acabou por dificultar ainda mais os trabalhos daquela Especializada e sobrecarregou as centrais de flagrante, fato que, em princípio, já poderia se considerar como desastroso e diverso do interesse público.
Este Sindicato, na condição de legítimo guardião da classe Policial Civil do Estado do Amazonas, jamais coadunará com qualquer ato de gestão que tenha nítido caráter de perseguição aos servidores, sobretudo, àqueles que sem a mínima condição estrutural e de pessoal, tem desenvolvido um trabalho hercúleo e evidenciado um elevado espírito público no atendimento à população amazonense. Portanto, mostra-se inconcebível que Delegados comprometidos, operacionais, competentes e que desempenham as suas funções com maestria, sejam punidos em virtude da publicidade dada pela imprensa ao eficiente trabalho por eles desenvolvido, pois são incontestes face as inúmeras operações que deflagraram por aquela Especializada, assim como, pelos vários os casos complexos elucidados.
Pelo exposto e inúmeros outros atos, depreende-se que o viés perseguidor tem sido o norte dos atos da atual gestão, realidade esta que esfacela uma instituição tão renomada no cenário social e, por consequência, deprecia a imagem do Governador no seio da classe, pois são inúmeros os atos que visam ao constrangimento e a opressão aos Policiais Civis. Resta aguardar uma atitude efetiva e célere por parte Governador ao, finalmente, entender que a única forma de permitir que a PCAM seja oxigenada é a definitiva substituição da atual cúpula e a destituição do denominado gabinete do ódio”, conclui a nota.