Angelo Assumpção, atualmente sem clube, foi vitima de injúria em 2015
O
ginasta Arthur Nory quebrou um silêncio de cinco anos e se pronunciou sobre as
injúrias raciais dirigidas ao então colega de seleção brasileira Angelo
Assumpção. Na ocasião, vazou na internet um vídeo feito durante um período de
treinamentos em Portugal, em que Nory e os também ginastas Fellipe Arakawa e
Henrique Flores, fazem comentários relacionados à cor da pele de Ângelo, que é
negro. “O celular quebrou. A tela, quando funciona, é branca. Quando
estraga é de que cor? Preta. O saquinho de supermercado é branco. O do lixo? É
preto”.
ginasta Arthur Nory quebrou um silêncio de cinco anos e se pronunciou sobre as
injúrias raciais dirigidas ao então colega de seleção brasileira Angelo
Assumpção. Na ocasião, vazou na internet um vídeo feito durante um período de
treinamentos em Portugal, em que Nory e os também ginastas Fellipe Arakawa e
Henrique Flores, fazem comentários relacionados à cor da pele de Ângelo, que é
negro. “O celular quebrou. A tela, quando funciona, é branca. Quando
estraga é de que cor? Preta. O saquinho de supermercado é branco. O do lixo? É
preto”.
Em depoimento publicado
no Instagram nesta terça-feira (1), Nory reconheceu que, ao
contrário do que disse em 2015, o caso não se tratou de uma
“brincadeira”.
no Instagram nesta terça-feira (1), Nory reconheceu que, ao
contrário do que disse em 2015, o caso não se tratou de uma
“brincadeira”.
“A partir do momento que foi quebrada
essa bolha, que eu tomei a consciência e fui entender a proporção que atinge,
eu me envergonho, eu me envergonho bastante. Eu tinha duas escolhas: continuar
cometendo [a injúria], achando que era brincadeira, e hoje entendo
que não é uma brincadeira, ou mudar, buscar aprender com aquilo. E foi isso.
Foram cinco anos guardando esse erro. Isso não pode se repetir, principalmente
nas próximas gerações, principalmente no esporte, onde você acaba se tornando
uma referência para os outros”, declarou.
essa bolha, que eu tomei a consciência e fui entender a proporção que atinge,
eu me envergonho, eu me envergonho bastante. Eu tinha duas escolhas: continuar
cometendo [a injúria], achando que era brincadeira, e hoje entendo
que não é uma brincadeira, ou mudar, buscar aprender com aquilo. E foi isso.
Foram cinco anos guardando esse erro. Isso não pode se repetir, principalmente
nas próximas gerações, principalmente no esporte, onde você acaba se tornando
uma referência para os outros”, declarou.
“Que
esse exemplo, que aconteceu comigo lá atrás, não seja algo ser seguido, mas,
para ser olhado, tratado e bem orientado para desconstruir tudo isso que existe
nessas bolhas. A primeira coisa é reconhecer. Foi quando entendi a gravidade.
Procurei o Angelo, em três momentos, para pedir o perdão dele. Eu sei que é um
direito do Angelo me perdoar ou não, mas é obrigação minha aprender com meu
erro, buscar conhecimento, a me tornar uma pessoa melhor e principalmente me
desconstruir”, completou o ginasta.
esse exemplo, que aconteceu comigo lá atrás, não seja algo ser seguido, mas,
para ser olhado, tratado e bem orientado para desconstruir tudo isso que existe
nessas bolhas. A primeira coisa é reconhecer. Foi quando entendi a gravidade.
Procurei o Angelo, em três momentos, para pedir o perdão dele. Eu sei que é um
direito do Angelo me perdoar ou não, mas é obrigação minha aprender com meu
erro, buscar conhecimento, a me tornar uma pessoa melhor e principalmente me
desconstruir”, completou o ginasta.
No texto que acompanhou a postagem, Nory se
referiu como “imbecilidade” ao ato de cinco anos atrás e admitiu que
demorou a se pronunciar sobre o caso. “Expus um amigo, uma amizade de
15 anos, numa total falta de noção. (…) Estou aqui porque já passou da hora
de me expor pelas minhas próprias palavras, que não são as melhores, mas são as
que eu estou construindo. Ou melhor, desconstruindo. Um ato de preconceito só
precisa de uma oportunidade para acontecer. Enquanto a gente tiver medo de
assumir a ignorância, qualquer um de nós pode estar machucando alguém, mesmo
sem perceber. Passo a passo, eu quero ser um cara melhor”, afirmou.
referiu como “imbecilidade” ao ato de cinco anos atrás e admitiu que
demorou a se pronunciar sobre o caso. “Expus um amigo, uma amizade de
15 anos, numa total falta de noção. (…) Estou aqui porque já passou da hora
de me expor pelas minhas próprias palavras, que não são as melhores, mas são as
que eu estou construindo. Ou melhor, desconstruindo. Um ato de preconceito só
precisa de uma oportunidade para acontecer. Enquanto a gente tiver medo de
assumir a ignorância, qualquer um de nós pode estar machucando alguém, mesmo
sem perceber. Passo a passo, eu quero ser um cara melhor”, afirmou.
Na ocasião, por conta do ato racista, os
ginastas envolvidos foram suspensos por 30 dias pela Confederação Brasileira de
Ginástica (CBG) e gravaram outro vídeo, pedindo desculpas, com a presença de
Angelo. Deles, Nory prosseguiu na seleção, conquistando uma medalha de bronze
no solo da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e sagrando-se campeão mundial
na barra fixa em Stuttgart, na Alemanha, em 2019. Já Ângelo Assumpção foi
demitido do Esporte Clube Pinheiros, agremiação que defendeu por 16 anos, em
outubro do ano passado e, por enquanto, está sem clube.
ginastas envolvidos foram suspensos por 30 dias pela Confederação Brasileira de
Ginástica (CBG) e gravaram outro vídeo, pedindo desculpas, com a presença de
Angelo. Deles, Nory prosseguiu na seleção, conquistando uma medalha de bronze
no solo da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e sagrando-se campeão mundial
na barra fixa em Stuttgart, na Alemanha, em 2019. Já Ângelo Assumpção foi
demitido do Esporte Clube Pinheiros, agremiação que defendeu por 16 anos, em
outubro do ano passado e, por enquanto, está sem clube.
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Abelardo Mendes Jr.